I Walk Alone
Aqui, onde todas as almas parecem cinzentas,
um pouco de cor faria toda a diferença.
Os raios de sol ainda não conseguem atravessar as folhas,
mantendo essa superfície intacta
jamais tocada por vida.
e eu caminho,
Sozinho.
A patética auto-piedade,
compartilhada nessa seita universal
por abraços conformados sorrindo em decepção
aos olhares de almas resignadas,
que esqueceram a trilha ao reino dos sonhos.
A vergonha da cidade não está escondida sob o asfalto,
e os esgotos se tornaram refúgios.
por isso eu caminho,
Sozinho.
Continue fazendo suas preces a Deus,
nessa procissão a caminho de lugar nenhum.
Nossos corações crucificados,
em sacrifício ao futuro que vocês querem escolher.
Quando todos os anjos da desolação se reunirem
o amanhecer preencherá os céus,
como um grito de esperanças emergindo do submundo.
Somos personagens perdidos em um mundo de relações incompreensíveis,
inocentes ante a falta de sentido dessa triste condição humana.
Em um deserto de esperança sonhos de fantasmas dançam,
em par com ideais juvenis que se tornaram lemas de um futuro morto.
Nossas almas em luto por nossos corações em chamas,
cantam o lamento fúnebre aos sábios esquecidos de séculos passados.
A avenida dos sonhos destruídos ainda não chegou,
E, à espera de um amor de salvação,
eu continuarei caminhando.
Sozinho.
Um dia eu poderei deixar de ser solitário
mas a solidão continuará
fazendo parte de mim.
Enquanto isso, caminho.
Sozinho.
(inspirado na música Boulevard of Broken Dreams, da banda Green Day)